domingo, 21 de novembro de 2010

CAPACIDADES MOTORAS: CARACTERIZAÇÃO DO TIPO DE ESFORÇO NO FUTEBOL


PROFESSOR: CARLOS FERNANDES
20/11/2010

Caracterização do tipo de esforço no futebol
Do ponto de vista técnico-táctico, no Futebol, existe luta directa pela posse da bola, há invasão do meio-campo adversário e as trajectórias predominantes são de circulação da bola (Graça & Oliveira, 1995).
No plano energético-funcional, o Futebol, é um jogo que faz apelo a esforços intermitentes, mistos alternados (aeróbio-anaeróbio) e pode ser considerado actividade de resistência, em regime de velocidade, de força e de coordenação técnico-táctica (Teodurescu, 1984, citado por Graça & Oliveira, 1995).
O jogo de futebol exige uma série de capacidades físicas, especialmente a resistência, a velocidade e a força como princípios condicionais decisivos, mas também agilidade e mobilidade.
Esforço de longa duração: depende principalmente da capacidade aeróbia (capacidade do organismo assimilar grande quantidade de oxigénio do ar; capacidade de transporte de oxigénio no sangue).
A resistência é um pressuposto importante. Se faltar, as necessárias capacidades de corrida em ligação com o passe, a troca de posição, o dribbling, a marcação e a cobertura não podem ser levadas a cabo ao longo de todo o tempo de jogo. A rapidez do jogador de futebol manifesta-se especialmente no início, isto é, na capacidade de aceleração a partir do repouso ou de um movimento ligeiro. Na maior parte dos casos, o jogador tem de percorrer rapidamente distâncias curtas.
A passagem brusca da defesa para o ataque e vice-versa com participação de todos os sectores exige contudo também corridas rápidas em distâncias maiores.
Os praticantes necessitam de resistência em regime de velocidade. Têm de ser capazes de correr rapidamente sempre ou frequentemente uns atrás dos outros, em distâncias variadas. De outro modo não poderão cumprir as exigências de velocidade que resultam da permanente modificação das situações.
A força deve ser utilizada sob várias perspectivas, por exemplo em remate forte, no início e no salto para a bola, com um lançamento comprido ou no toque de cabeça, assim como nos duelos que aumentam com a atitude de cobertura. O duelo imediato com o adversário exige o emprego de todo o corpo. Das partes isoladas do corpo só se fazem em geral exigências durante o jogo à musculatura das pernas.

Os jogadores têm de demonstrar agilidade e mobilidade em muitas situações. Podem apontar-se, entre outras, mudanças e trocas de direcção em corrida, a simulação, os mais diversos movimentos de reacção, o “trabalho da bola” com rotação, o desvio perante o ataque corporal do adversário, o resvalamento, assim como o levantar-se rapidamente depois de uma queda.
Frequentemente, são necessárias ao mesmo tempo diversas qualidades físicas, por exemplo na mudança de direcção em corrida, na simulação em velocidade ou no toque de cabeça com salto. A ligação da rapidez e da agilidade é especialmente importante no futebol moderno.

O ritmo de jogo é cada vez mais elevado e alternado;
O jogo de ataque tende a simplificar-se;
Aumenta a importância do jogo defensivo.
Estes 3 factores exigem níveis elevados de Força-Rápida e de Resistência Específica Mista (curta/média/longa) integrando-se numa situação ambiental complexa com diferentes manifestações de Força, Resistência, Velocidade , Flexibilidade…

O rendimento, em jogos colectivos, é determinado, essencialmente, entre outros, pelo rendimento do adversário.
Orientações gerais para a preparação física:

Dentro da preparação física podem introduzir-se métodos de treino específicos e não específicos para o futebol. De início o treino físico geral está em primeiro plano. Tem as suas bases e o seu complemento por meio dos exercícios gerais desenvolvidos. Estes são importantes, em primeiro lugar, na iniciação geral e durante os períodos de preparação. São crescentemente contemplados, embora não totalmente, por meio de formas especificamente desportivas.

Os métodos de treino pelos quais são desenvolvidas as diferentes aptidões físicas de um modo complexo, isto é, em simultâneo, têm grande significado.
Os exercícios físicos, tais como a ginástica, saltos, corridas e treino em circuito, possibilitam um doseamento exacto dos estímulos que operam no organismo. De forma jogada isto não é possível em igual medida. Contudo, têm um valor especial devido ao seu carácter emocional. Os esforços não são sentidos tão nitidamente e são prontamente suportados. Isto acontece especialmente quando se utiliza a bola.

No caso de existirem as habilidades correspondentes, as capacidades atléticas devem ser progressivamente desenvolvidas através de métodos de treino com bola, específicos do jogo. Uma regar geral é: quanto menos treino tanto mais se deve utilizar a bola. No entanto, a sua inclusão não deve prejudicar a realização do objectivo físico pretendido pelo exercício. Por outro lado, o treino físico executado com bola tem, por vezes, uma característica próxima do jogo, e estabiliza a capacidade técnica ou de jogo sem que haja esforço.

CARACTERIZAÇÃO DAS CAPACIDADES FÍSICAS NO FUTEBOL

Observações, feitas nos últimos Mundiais de Futebol, demonstram que na melhoria do rendimento em Futebol a Velocidade de Reacção tem um papel fundamental. Por esse motivo deverá dedicar-se especial atenção ao treino da Velocidade de Reacção (Krauspe/Rauhut/Teschner, 1990).

O objectivo principal de qualquer treino de Futebol deveria se uma melhoria da capacidade de reacção do jogador (Bisanz/Gerisch, 1990).

Na capacidade de reacção reflectem-se todos os componentes físicos, psíquicos, cognitivos e sociais bem como as capacidades de um jogador (Martin, 1977).

“Se a capacidade de reacção do jogador representa o objectivo primordial, então no treino deverão estar presentes todos os factores que determinam a capacidade de reacção. O conceito de treino que normalmente se conhece no Futebol, frequentemente limitado à condição física, deverá ampliar-se a todos os factores que influem sobre o jogador e ao mesmo tempo deverá potenciar-se a capacidade de rendimento do jogador dentro da equipa” (Bisanz/Gerisch, 1990).

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