24/01/2011
Psicologia
Psicologia
Como jogar 9 contra 11.
Já tinha passado por esta experiência e lembrei-me novamente ao ver o Rio Ave com o Vitória de Guimarães no fim-de-semana passado, num jogo a contar para a Liga Portuguesa de futebol profissional.
Jogar 11x11 permite-nos ter todos os referenciais no terreno de jogo: companheiros e adversários e suas respectivas linhas e orientações.
Na ausência de um jogador as coisas complicam-se! Na minha opinião, o comprometimento defensivo nunca deve ser colocado em causa; o ofensivo com alguma astúcia e inteligência pode ser eficaz. No fundo, juntando linhas e redobrando esforços nos dez, ou seja, com “essa força”, aliada a astúcia de ordem táctica, pode com naturalidade fazer-nos discutir um jogo contra qualquer adversário, mantendo sempre os equilíbrios da equipa.
Jogar com nove… é muito mais complicado! O campo de futebol é muito grande para ser ocupado por nove jogadores. A manutenção das linhas e equilíbrios não nos permitem defender em superioridade numérica e ter elementos suficientes para poder atacar com número de unidades que possam criar muitas dificuldades ao adversário.
O que devem então fazer os nove jogadores?
Servimo-nos do exemplo do Rio Ave, que ficou com 9 unidades ao minuto 60 e com o resultado em 1 a 1, tendo ainda ficado em situação desfavorável aos 68 minutos de jogo.
Com o resultado negativo de 1 a 2, o Rio Ave nunca se desequilibrou, tendo sempre uma frieza e agressividade impressionantes, respondendo desta forma com grande eficácia às dificuldades do jogo.
Defensivamente manteve sempre as suas linhas juntas, posicionando-se no seu meio campo defensivo com todos os jogadores muito juntos. Formou sempre uma linha de 4 defesas que lhe asseguraram e contribuíram para a manutenção equilibrada da dinâmica defensiva. A grande diferença para o que acontecia antes foi apenas a dinâmica ofensiva dos seus defesas laterais que depois ficaram obviamente mais posicionais.
No meio campo manteve os 3 elementos habituais (o Rio Ave joga normalmente em 1.4.3.3). O comportamento dos médios envolveu sempre grande sacrifício e grande mobilidade defensiva: com a ausência de extremos para defender nos espaços dos defesas laterais contrários, foram os médios laterais que rapidamente tiveram que se posicionar nestes espaços, rodando os dois outros médios para o lado da bola.
Na frente, um jogador (João Tomás). Em situação defensiva, recuou para a linha do médio defensivo contrário, fazendo o papel de 4 médio.
Desta forma, a manutenção do equilíbrio foi uma evidência! Ainda assim, o Rio Ave estava a perder! O que fazer para chegar ao golo nestas circunstâncias?
Ao ganhar a posse da bola, numa equipa que tem menos duas unidades em campo, parece que não existem companheiros para jogar, porque essencialmente se perdem referências. O maior perigo nestas situações pode ser o facto de as equipas perderem o seu equilíbrio táctico, em função de quererem atacar com a normalidade habitual no que diz respeito à sua dinâmica, e não sabendo por isso que os equilíbrios se podem tornar quase impossíveis, tornando-se altamente vulneráveis no momento de transição defensiva.
Sempre que o Rio Ave ganhava a posse da bola, tentava conservar a sua posse até que o seu avançado e mais um médio chegasse perto da linha defensiva adversária. Nessa altura, verificou-se sempre uma tentativa de jogo directo para estes, sobretudo para ganhar faltas. Foi assim que o Rio Ave conseguiu chegar à baliza do Vitória. E foi assim que após uma falta sobre João Tomás fez o golo do empate.
Manter a posse, sem abandonar as posições de forma a estar em equilíbrio no momento de transição defensiva, e procurar através de passes directos para os jogadores que se posicionem na frente, de forma a ganhar faltas laterais, frontais ou cantos, parece-nos ser uma boa solução para combater a inferioridade numérica de 2 jogadores. Defender bem e tentar aproveitar com eficácia os lances de bola parada. Numa equipa com jogadores como Cristiano Ronaldo ou Messi, uma outra hipótese é simplesmente passar-lhes a bola…criam soluções em situações de inferioridade extrema!
E a equipa que está em superioridade numérica 11 contra 9?
No fundo fazer o que o Vitória fez. 4 Jogadores nos corredores (um defesa lateral e extremo de cada lado) de forma a “abrir” o campo e tentar desequilíbrios principalmente pela acção dos defesas laterais (leia-se atrás a dificuldade colocada com a ausência de extremos). Dois avançados colocados na frente, jogando 1x1 com os defesas centrais contrários. Um pivot defensivo e um ofensivo, mantendo-se os dois defesas centrais.
Esta foi a opção relativa à colocação espacial dos jogadores, como poderia ter sido outra. O que nos parece importante referir é que, numa situação destas, tendo em conta a dificuldade sentida pelos médios contrários (por terem de sair a zonas laterais), quanto mais a bola entrar nessas zonas e mais rápido circule para o corredor contrário, mais dificuldades e desgaste estes jogadores podem acusar e por consequência, os espaços abrem-se com naturalidade! Por outro lado, com a dificuldade de controlar espaços, aparecem os desequilíbrios.
Jogar 11x11 permite-nos ter todos os referenciais no terreno de jogo: companheiros e adversários e suas respectivas linhas e orientações.
Na ausência de um jogador as coisas complicam-se! Na minha opinião, o comprometimento defensivo nunca deve ser colocado em causa; o ofensivo com alguma astúcia e inteligência pode ser eficaz. No fundo, juntando linhas e redobrando esforços nos dez, ou seja, com “essa força”, aliada a astúcia de ordem táctica, pode com naturalidade fazer-nos discutir um jogo contra qualquer adversário, mantendo sempre os equilíbrios da equipa.
Jogar com nove… é muito mais complicado! O campo de futebol é muito grande para ser ocupado por nove jogadores. A manutenção das linhas e equilíbrios não nos permitem defender em superioridade numérica e ter elementos suficientes para poder atacar com número de unidades que possam criar muitas dificuldades ao adversário.
O que devem então fazer os nove jogadores?
Servimo-nos do exemplo do Rio Ave, que ficou com 9 unidades ao minuto 60 e com o resultado em 1 a 1, tendo ainda ficado em situação desfavorável aos 68 minutos de jogo.
Com o resultado negativo de 1 a 2, o Rio Ave nunca se desequilibrou, tendo sempre uma frieza e agressividade impressionantes, respondendo desta forma com grande eficácia às dificuldades do jogo.
Defensivamente manteve sempre as suas linhas juntas, posicionando-se no seu meio campo defensivo com todos os jogadores muito juntos. Formou sempre uma linha de 4 defesas que lhe asseguraram e contribuíram para a manutenção equilibrada da dinâmica defensiva. A grande diferença para o que acontecia antes foi apenas a dinâmica ofensiva dos seus defesas laterais que depois ficaram obviamente mais posicionais.
No meio campo manteve os 3 elementos habituais (o Rio Ave joga normalmente em 1.4.3.3). O comportamento dos médios envolveu sempre grande sacrifício e grande mobilidade defensiva: com a ausência de extremos para defender nos espaços dos defesas laterais contrários, foram os médios laterais que rapidamente tiveram que se posicionar nestes espaços, rodando os dois outros médios para o lado da bola.
Na frente, um jogador (João Tomás). Em situação defensiva, recuou para a linha do médio defensivo contrário, fazendo o papel de 4 médio.
Desta forma, a manutenção do equilíbrio foi uma evidência! Ainda assim, o Rio Ave estava a perder! O que fazer para chegar ao golo nestas circunstâncias?
Ao ganhar a posse da bola, numa equipa que tem menos duas unidades em campo, parece que não existem companheiros para jogar, porque essencialmente se perdem referências. O maior perigo nestas situações pode ser o facto de as equipas perderem o seu equilíbrio táctico, em função de quererem atacar com a normalidade habitual no que diz respeito à sua dinâmica, e não sabendo por isso que os equilíbrios se podem tornar quase impossíveis, tornando-se altamente vulneráveis no momento de transição defensiva.
Sempre que o Rio Ave ganhava a posse da bola, tentava conservar a sua posse até que o seu avançado e mais um médio chegasse perto da linha defensiva adversária. Nessa altura, verificou-se sempre uma tentativa de jogo directo para estes, sobretudo para ganhar faltas. Foi assim que o Rio Ave conseguiu chegar à baliza do Vitória. E foi assim que após uma falta sobre João Tomás fez o golo do empate.
Manter a posse, sem abandonar as posições de forma a estar em equilíbrio no momento de transição defensiva, e procurar através de passes directos para os jogadores que se posicionem na frente, de forma a ganhar faltas laterais, frontais ou cantos, parece-nos ser uma boa solução para combater a inferioridade numérica de 2 jogadores. Defender bem e tentar aproveitar com eficácia os lances de bola parada. Numa equipa com jogadores como Cristiano Ronaldo ou Messi, uma outra hipótese é simplesmente passar-lhes a bola…criam soluções em situações de inferioridade extrema!
E a equipa que está em superioridade numérica 11 contra 9?
No fundo fazer o que o Vitória fez. 4 Jogadores nos corredores (um defesa lateral e extremo de cada lado) de forma a “abrir” o campo e tentar desequilíbrios principalmente pela acção dos defesas laterais (leia-se atrás a dificuldade colocada com a ausência de extremos). Dois avançados colocados na frente, jogando 1x1 com os defesas centrais contrários. Um pivot defensivo e um ofensivo, mantendo-se os dois defesas centrais.
Esta foi a opção relativa à colocação espacial dos jogadores, como poderia ter sido outra. O que nos parece importante referir é que, numa situação destas, tendo em conta a dificuldade sentida pelos médios contrários (por terem de sair a zonas laterais), quanto mais a bola entrar nessas zonas e mais rápido circule para o corredor contrário, mais dificuldades e desgaste estes jogadores podem acusar e por consequência, os espaços abrem-se com naturalidade! Por outro lado, com a dificuldade de controlar espaços, aparecem os desequilíbrios.
Sem comentários:
Enviar um comentário