Bolas paradas /Esquemas Tácticos: Marcação zona, mista ou Homem a Homem (H x H)
Será que existe uma forma mais eficaz do que outra para defender cantos e livres? Quem tem como filosofia de jogo princípios defensivos zonais defende também assim nestas situações? E o contrário também acontece? A “zona” não poderá ter marcações individuais? E a marcação individual não poderá ter alguns princípios de “zona”? Estas são algumas questões que vou procurar esclarecer neste artigo.
Para começar a falar de “zona” e HxH teremos que esclarecer estes conceitos.
Entende-se por marcação HxH uma marcação de responsabilização individual, isto é, independentemente de onde estiver o meu adversário, eu vou ser o responsável por anular a sua acção ofensiva. Nesta marcação é importante referir que temos que manter o nosso corpo entre o adversário e a baliza que estamos a defender, não perdendo de vista não só a trajectória da bola, mas principalmente a movimentação do adversário! Reforço aqui a posição dos apoios (nunca deverão estar paralelos) de forma a respondermos rapidamente à acção do adversário.
Defender “zona” é tudo muito mais complexo! A palavra certa é mesmo a complexa, que provém da palavra latina complexus e significa tecido em conjunto! Ao contrário do conhecimento simplificante, que procura isolar o objecto do contexto, o complexo procura situar o objecto no tecido onde está inserido. Podemos aqui falar de ligações e interdependência.
Na “Zona” a ideia é defender em “rede”, ou seja, todos ligados de forma a proteger a nossa baliza. Aqui as referências são: a posição da bola; a minha posição na “rede” de forma a visualizar a posição bola e proteger a baliza; a relação com os meus colegas, definindo aqui qual a minha zona de responsabilidade; e os adversários. Outra ideia importante, é que defender zona, não é usar de passividade bem pelo contrário, é importante fazer uso de uma forte agressividade colectiva, principalmente no ataque à bola.
A escolha do método está relacionada com muitas questões! Os princípios inerentes à forma de jogar (uma ideia de jogo evoluída perspectivando um jogo zonal); os jogadores que temos à nossa disposição, a sua morfologia, o campeonato onde estamos inseridos, a sua atitude defensiva e principalmente a forma na qual os jogadores se sentem mais cómodos em função do seu passado – imaginem uma equipa que está praticamente junta há dois anos e defende HxH com uma eficácia excelente! Não poderá ser um erro mudar para zona? Conheço treinadores com uma filosofia de jogo zonal e defendem aqui individualmente e outros que se balizam muito pelo jogo individual e que defendem “zona”. Embora aqui duvide da eficácia: é que defender à “zona” é defender com uma ideia muito complexa e de acordo com princípios que demoram o seu tempo a maturar.
Vamos analisar na prática algumas situações! Vamos verificar que quem defende HxH faz “zona” no primeiro poste. E que por vezes quem defende “zona” (aqui por uma questão estratégica) também pode usar de marcação individual.
Defender "Zona"
Será que existe uma forma mais eficaz do que outra para defender cantos e livres? Quem tem como filosofia de jogo princípios defensivos zonais defende também assim nestas situações? E o contrário também acontece? A “zona” não poderá ter marcações individuais? E a marcação individual não poderá ter alguns princípios de “zona”? Estas são algumas questões que vou procurar esclarecer neste artigo.
Para começar a falar de “zona” e HxH teremos que esclarecer estes conceitos.
Entende-se por marcação HxH uma marcação de responsabilização individual, isto é, independentemente de onde estiver o meu adversário, eu vou ser o responsável por anular a sua acção ofensiva. Nesta marcação é importante referir que temos que manter o nosso corpo entre o adversário e a baliza que estamos a defender, não perdendo de vista não só a trajectória da bola, mas principalmente a movimentação do adversário! Reforço aqui a posição dos apoios (nunca deverão estar paralelos) de forma a respondermos rapidamente à acção do adversário.
Defender “zona” é tudo muito mais complexo! A palavra certa é mesmo a complexa, que provém da palavra latina complexus e significa tecido em conjunto! Ao contrário do conhecimento simplificante, que procura isolar o objecto do contexto, o complexo procura situar o objecto no tecido onde está inserido. Podemos aqui falar de ligações e interdependência.
Na “Zona” a ideia é defender em “rede”, ou seja, todos ligados de forma a proteger a nossa baliza. Aqui as referências são: a posição da bola; a minha posição na “rede” de forma a visualizar a posição bola e proteger a baliza; a relação com os meus colegas, definindo aqui qual a minha zona de responsabilidade; e os adversários. Outra ideia importante, é que defender zona, não é usar de passividade bem pelo contrário, é importante fazer uso de uma forte agressividade colectiva, principalmente no ataque à bola.
A escolha do método está relacionada com muitas questões! Os princípios inerentes à forma de jogar (uma ideia de jogo evoluída perspectivando um jogo zonal); os jogadores que temos à nossa disposição, a sua morfologia, o campeonato onde estamos inseridos, a sua atitude defensiva e principalmente a forma na qual os jogadores se sentem mais cómodos em função do seu passado – imaginem uma equipa que está praticamente junta há dois anos e defende HxH com uma eficácia excelente! Não poderá ser um erro mudar para zona? Conheço treinadores com uma filosofia de jogo zonal e defendem aqui individualmente e outros que se balizam muito pelo jogo individual e que defendem “zona”. Embora aqui duvide da eficácia: é que defender à “zona” é defender com uma ideia muito complexa e de acordo com princípios que demoram o seu tempo a maturar.
Vamos analisar na prática algumas situações! Vamos verificar que quem defende HxH faz “zona” no primeiro poste. E que por vezes quem defende “zona” (aqui por uma questão estratégica) também pode usar de marcação individual.
Defender "Zona"
Figura 1
Figura 2
Figura 3
Vemos aqui três diferentes posicionamentos de uma equipa que defende “zona”. Não existem verdades absolutas, nem posicionamentos universais. Devemos escolher o posicionamento que considerarmos mais eficaz.
Na figura 3, verificamos o reforço da protecção do primeiro poste em detrimento de um homem junto ao segundo poste (figura 1).
Na figura 2 para além da protecção ao 1º poste, temos uma zona com duas linhas diferenciadas.
Como verificamos, o canto está a ser marcado com o pé esquerdo (ou direito de trivela), sendo que a bola desenha uma trajectória exterior, logo o posicionamento dos jogadores a defender deve ajustar-se para fora da zona do guarda-redes. O jogador do poste do lado que bate a bola (para fora) pode defender mais dentro do campo, visto que a trajectória da bola é exterior!
Zona do guarda-redes é o espaço que vai da linha de golo até á linha dos seus colegas.
As zonas de acção são definidas pelo espaço que vai da sua exacta posição e a possibilidade que tem de cortar a bola, até à posição do seu colega que está sua frente ou espaço (primeiros jogadores da zona). Em função do movimento dos colegas na acção de atacar a bola, os jogadores devem ajustar o posicionamento de forma a que não aumente os espaços entre si. Ou seja, ao movimento do primeiro homem da zona em aproximação á bola deve corresponder um movimento concertado de todos os colegas que estão atrás deste.
Figura 4
Jogador “A” movimentou-se (para a frente) após o canto ser batido, os jogadores atrás taparam o “buraco” deixado por este e todos os colegas ajustaram o seu posicionamento de forma concertada.
Figura 5
Aqui vemos um canto batido com o pé direito, ou seja, a bola descreve uma trajectória interior! Como verificamos o posicionamento zonal, está mais perto da pequena área, ajustando-se à possível trajectória da bola. O jogador A está “dentro” da zona, não deve merecer particular atenção porque está na zona do guarda-redes.
Figura 6
Aqui temos um exemplo de uma marcação Zonal com preocupações individualizadas (jogadores “1” e “2” fazem marcação HxH) sobre dois jogadores adversários. Marcação esta que poderá ser utilizada quando a equipa adversária tem jogadores que realmente são fortíssimos no jogo aéreo.
Figura 7
Marcação individual.
Na figura 7 vemos um exemplo de marcação individual! A responsabilização é individualizada: “cada um marca o seu”! Importante é visualizar a bola e o adversário, protegendo sempre a baliza, com os apoios nunca paralelos relativamente ao adversário de forma a reagirmos rapidamente à desmarcação. O jogador X está a ter um comportamento zonal de defesa do 1º poste e o “P” está a proteger o primeiro poste.
Não tenho a intenção de influenciar as vossas escolhas, apenas pretendi demonstrar algumas variantes de colocação de jogadores neste tipo de lances.
A partir destes, existe um sem número de variantes que terão muito a ver com as nossas ideias, mas também com os jogadores que temos à disposição. Importante é trabalharmos naquilo em que acreditamos e obviamente termos eficácia.
Numa outra oportunidade abordaremos algumas possibilidades de contrariar estes dois métodos defensivos.
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Na figura 3, verificamos o reforço da protecção do primeiro poste em detrimento de um homem junto ao segundo poste (figura 1).
Na figura 2 para além da protecção ao 1º poste, temos uma zona com duas linhas diferenciadas.
Como verificamos, o canto está a ser marcado com o pé esquerdo (ou direito de trivela), sendo que a bola desenha uma trajectória exterior, logo o posicionamento dos jogadores a defender deve ajustar-se para fora da zona do guarda-redes. O jogador do poste do lado que bate a bola (para fora) pode defender mais dentro do campo, visto que a trajectória da bola é exterior!
Zona do guarda-redes é o espaço que vai da linha de golo até á linha dos seus colegas.
As zonas de acção são definidas pelo espaço que vai da sua exacta posição e a possibilidade que tem de cortar a bola, até à posição do seu colega que está sua frente ou espaço (primeiros jogadores da zona). Em função do movimento dos colegas na acção de atacar a bola, os jogadores devem ajustar o posicionamento de forma a que não aumente os espaços entre si. Ou seja, ao movimento do primeiro homem da zona em aproximação á bola deve corresponder um movimento concertado de todos os colegas que estão atrás deste.
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Figura 7
Marcação individual.
Na figura 7 vemos um exemplo de marcação individual! A responsabilização é individualizada: “cada um marca o seu”! Importante é visualizar a bola e o adversário, protegendo sempre a baliza, com os apoios nunca paralelos relativamente ao adversário de forma a reagirmos rapidamente à desmarcação. O jogador X está a ter um comportamento zonal de defesa do 1º poste e o “P” está a proteger o primeiro poste.
Não tenho a intenção de influenciar as vossas escolhas, apenas pretendi demonstrar algumas variantes de colocação de jogadores neste tipo de lances. A partir destes, existe um sem número de variantes que terão muito a ver com as nossas ideias, mas também com os jogadores que temos à disposição. Importante é trabalharmos naquilo em que acreditamos e obviamente termos eficácia.
Numa outra oportunidade abordaremos algumas possibilidades de contrariar estes dois métodos defensivos.
Figura 2
Figura 3
Vemos aqui três diferentes posicionamentos de uma equipa que defende “zona”. Não existem verdades absolutas, nem posicionamentos universais. Devemos escolher o posicionamento que considerarmos mais eficaz.
Na figura 3, verificamos o reforço da protecção do primeiro poste em detrimento de um homem junto ao segundo poste (figura 1).
Na figura 2 para além da protecção ao 1º poste, temos uma zona com duas linhas diferenciadas.
Como verificamos, o canto está a ser marcado com o pé esquerdo (ou direito de trivela), sendo que a bola desenha uma trajectória exterior, logo o posicionamento dos jogadores a defender deve ajustar-se para fora da zona do guarda-redes. O jogador do poste do lado que bate a bola (para fora) pode defender mais dentro do campo, visto que a trajectória da bola é exterior!
Zona do guarda-redes é o espaço que vai da linha de golo até á linha dos seus colegas.
As zonas de acção são definidas pelo espaço que vai da sua exacta posição e a possibilidade que tem de cortar a bola, até à posição do seu colega que está sua frente ou espaço (primeiros jogadores da zona). Em função do movimento dos colegas na acção de atacar a bola, os jogadores devem ajustar o posicionamento de forma a que não aumente os espaços entre si. Ou seja, ao movimento do primeiro homem da zona em aproximação á bola deve corresponder um movimento concertado de todos os colegas que estão atrás deste.
Figura 4
Jogador “A” movimentou-se (para a frente) após o canto ser batido, os jogadores atrás taparam o “buraco” deixado por este e todos os colegas ajustaram o seu posicionamento de forma concertada.
Figura 5
Aqui vemos um canto batido com o pé direito, ou seja, a bola descreve uma trajectória interior! Como verificamos o posicionamento zonal, está mais perto da pequena área, ajustando-se à possível trajectória da bola. O jogador A está “dentro” da zona, não deve merecer particular atenção porque está na zona do guarda-redes.
Figura 6
Aqui temos um exemplo de uma marcação Zonal com preocupações individualizadas (jogadores “1” e “2” fazem marcação HxH) sobre dois jogadores adversários. Marcação esta que poderá ser utilizada quando a equipa adversária tem jogadores que realmente são fortíssimos no jogo aéreo.
Figura 7
Marcação individual.
Na figura 7 vemos um exemplo de marcação individual! A responsabilização é individualizada: “cada um marca o seu”! Importante é visualizar a bola e o adversário, protegendo sempre a baliza, com os apoios nunca paralelos relativamente ao adversário de forma a reagirmos rapidamente à desmarcação. O jogador X está a ter um comportamento zonal de defesa do 1º poste e o “P” está a proteger o primeiro poste.
Não tenho a intenção de influenciar as vossas escolhas, apenas pretendi demonstrar algumas variantes de colocação de jogadores neste tipo de lances.
A partir destes, existe um sem número de variantes que terão muito a ver com as nossas ideias, mas também com os jogadores que temos à disposição. Importante é trabalharmos naquilo em que acreditamos e obviamente termos eficácia.
Numa outra oportunidade abordaremos algumas possibilidades de contrariar estes dois métodos defensivos.
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Figura 3
Vemos aqui três diferentes posicionamentos de uma equipa que defende “zona”. Não existem verdades absolutas, nem posicionamentos universais. Devemos escolher o posicionamento que considerarmos mais eficaz.Na figura 3, verificamos o reforço da protecção do primeiro poste em detrimento de um homem junto ao segundo poste (figura 1).
Na figura 2 para além da protecção ao 1º poste, temos uma zona com duas linhas diferenciadas.
Como verificamos, o canto está a ser marcado com o pé esquerdo (ou direito de trivela), sendo que a bola desenha uma trajectória exterior, logo o posicionamento dos jogadores a defender deve ajustar-se para fora da zona do guarda-redes. O jogador do poste do lado que bate a bola (para fora) pode defender mais dentro do campo, visto que a trajectória da bola é exterior!
Zona do guarda-redes é o espaço que vai da linha de golo até á linha dos seus colegas.
As zonas de acção são definidas pelo espaço que vai da sua exacta posição e a possibilidade que tem de cortar a bola, até à posição do seu colega que está sua frente ou espaço (primeiros jogadores da zona). Em função do movimento dos colegas na acção de atacar a bola, os jogadores devem ajustar o posicionamento de forma a que não aumente os espaços entre si. Ou seja, ao movimento do primeiro homem da zona em aproximação á bola deve corresponder um movimento concertado de todos os colegas que estão atrás deste.
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Figura 5
Aqui vemos um canto batido com o pé direito, ou seja, a bola descreve uma trajectória interior! Como verificamos o posicionamento zonal, está mais perto da pequena área, ajustando-se à possível trajectória da bola. O jogador A está “dentro” da zona, não deve merecer particular atenção porque está na zona do guarda-redes.5
Figura 5
Aqui vemos um canto batido com o pé direito, ou seja, a bola descreve uma trajectória interior! Como verificamos o posicionamento zonal, está mais perto da pequena área, ajustando-se à possível trajectória da bola. O jogador A está “dentro” da zona, não deve merecer particular atenção porque está na zona do guarda-redes.6
Figura 6
Aqui temos um exemplo de uma marcação Zonal com preocupações individualizadas (jogadores “1” e “2” fazem marcação HxH) sobre dois jogadores adversários. Marcação esta que poderá ser utilizada quando a equipa adversária tem jogadores que realmente são fortíssimos no jogo aéreo.7
Figura 7
Marcação individual.
Na figura 7 vemos um exemplo de marcação individual! A responsabilização é individualizada: “cada um marca o seu”! Importante é visualizar a bola e o adversário, protegendo sempre a baliza, com os apoios nunca paralelos relativamente ao adversário de forma a reagirmos rapidamente à desmarcação. O jogador X está a ter um comportamento zonal de defesa do 1º poste e o “P” está a proteger o primeiro poste.
Não tenho a intenção de influenciar as vossas escolhas, apenas pretendi demonstrar algumas variantes de colocação de jogadores neste tipo de lances. A partir destes, existe um sem número de variantes que terão muito a ver com as nossas ideias, mas também com os jogadores que temos à disposição. Importante é trabalharmos naquilo em que acreditamos e obviamente termos eficácia.
Numa outra oportunidade abordaremos algumas possibilidades de contrariar estes dois métodos defensivos.
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