quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

CAPACIDADES MOTORAS:FORÇA

8/12/2010

FORÇA
É a capacidade, que o músculo tem, de produzir uma tensão ao activar-se (contrair-se).
É a máxima tensão manifestada pelo musculo (ou conjunto de grupos musculares) a uma velocidade determinada.

FORÇA ÚTIL: no âmbito desportivo, é aquela que somos capazes de aplicar ou manifestar à velocidade a que se realiza o gesto desportivo.
Um desportista não tem um nível de força máximo único, mas sim muitos diferentes em função da velocidade a que se meça a força máxima exercida.
Os desportos colectivos, em geral, e em especial o futebol, são caracterizados por necessitarem de uma considerável quantidade de força. Como é obvio, ao futebolista interessa sobretudo desenvolver a resistência de força e a força rápida, especialmente esta última.

FORÇA
Definições: Força Muscular: Capacidade de superação da resistência externa e de contra-acção a esta resistência, por meio dos esforços musculares. ZAKHAROV (1991)
Representa a capacidade do indivíduo para vencer ou suportar uma resistência. MANSO (1996)
É a capacidade de superar resistências e contra-resistências por meio da acção muscular. GROSSER (1989)
É a força que um músculo ou grupo muscular pode exercer contra uma resistência em um esforço máximo. BAECHLE (1994)
É a força máxima ou nível de tensão que pode ser produzido por um grupo muscular. SAFRIT (1995)
Designação genérica para a força de um músculo. Entende-se, sendo tanto a força estática empregada por solicitação voluntária máxima de um músculo, como a desenvolvida durante uma tensão muscular voluntária, máxima, dinâmica. HOLLMANN & HETTINGER (1983)

FACTORES CONDICIONANTES DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE FORÇA
. FACTOR NERVOSO: se desligarmos os músculos das suas ligações nervosas, estes são incapazes de se contrair voluntariamente. Deste modo fica impossibilitada a realização de qualquer gesto ou movimento já que é o SNC que fornece o estímulo necessário para que os músculos possam assegurar a dinâmica do aparelho locomotor do ser humano.

FACTORES CONDICIONANTES DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE FORÇA
. FACTOR MUSCULAR:
podemos dividir os factores musculares em dois:
.FISIOLÓGICO:
- Área da secção transversal do músculo: na medida em que a força de um músculo é proporcional ao seu diâmetro transversal.
- Tipo de fibra muscular: existem fibras musculares de menor dimensão, também denominadas de fibras vermelhas, que contêm maior teor de hemoglobina, sendo, por isso, mais adaptadas à produção de contracções lentas e de fraca intensidade, durante longos períodos de tempo. Estas fibras, vulgarmente designadas por lentas, não se transformam em rápidas por acção do treino.
As fibras brancas (Tipo II), glicolíticas ou de contracção rápida) estão mais preparadas para contracções fortes e rápidas, sendo a glicólise anaeróbia o principal processo de produção de energia a que recorrem.
. MECÂNICO:
- A mecânica da contracção muscular influencia a capacidade do músculo produzir força e ode resumir-se no seguinte:
Tipos de contracção muscular (concêntrica, excêntrica e isométrica);
Relação força-alongamento;
Relação força-velocidade.
PROPRIEDADES COMPORTAMENTAIS DA UNIDADE MUSCULOTENDINOSA
EXTENSIBILIDADE: capacidade de ser alongado (estirado);
ELASTICIDADE: capacidade de voltar ao comprimento normal após o alongamento/estiramento;
IRRITABILIDADE: capacidade de responder a estímulos (electroquímico ou mecânico);
CAPACIDADE DE DESENVOLVER TENSÃO: contracção.
MECÂNICA MUSCULAR

FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA FORÇA

FORÇA RÁPIDA:
A força rápida é a capacidade do sistema neuromuscular vencer resistências com uma grande velocidade de contracção (máxima força x máxima velocidade). Aparece muitas vezes associada a outras designações como: potência ou força explosiva. Este tipo de força é fundamental nos movimentos e acções a desenvolver nos desportos colectivos e em especial no futebol.

FORÇA DE RESISTÊNCIA:
Força de Resistência ou força resistente é a capacidade mista de força e resistência que permite manter ou repetir determinado nível de força, de forma constante, durante um longo período de tempo. É a capacidade de resistir ao aparecimento da fadiga nos esforços/competições que solicitam uma participação de força como é o caso do futebol.
A força resistente faz-se sentir, principalmente, ao nível dos membros inferiores e nas acções do jogo que se repetem de forma continuada.

FORMAS DE MANIFESTAÇÃO DA FORÇA
. Força Reactiva: capacidade do músculo reagir a uma força exterior, modificando ou alterando a sua própria estrutura. Assenta na capacidade do sistema neuromuscular passar da contracção excêntrica para a contracção concêntrica.
É necessário potenciar a energia elástica presente nos movimentos dos jogadores, através da corrida e dos saltos, particularmente, nos músculos extensores dos membros inferiores.
. Força Máxima
Caracteriza-se pelo nível de força que o aluno/atleta é capaz de alcançar em consequência da tensão muscular máxima.
Dinâmica - Capacidade de desenvolver tensão máxima no desenvolvimento de um movimento articular
Estática - Maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contracção voluntária.
FM Estática > FM Dinâmica
. Força Máxima
Obs.: Uma FM só ocorre quando houver equilíbrio entre a carga e a força de contracção do músculo. A FM depende dos seguintes factores: - Secção fisiológica transversal do músculo; - Coordenação Intermuscular; - Coordenação Intramuscular.
Vantagens: - Aumento da força sem aumento essencial da secção transversal e do peso corporal. Sistema Energético: Os fosfatos ricos em energia (ATP-CP), desempenham um papel decisivo no desenvolvimento da força máxima. Uma carga máxima levada ao esgotamento, atinge uma super acidez intracelular (elevação do lactato) e reduz a “performance” a níveis submáximos (Weineck,1989:97).
Tipos de Contracção Muscular :
O músculo é composto de elementos elásticos e contrácteis. Dependendo da contracção muscular, pode-se contrair ou estirar os elementos envolvidos.
Os tipos de contracção muscular são divididos em:
Contracção Isométrica (Estática)
- há contracção dos elementos contrácteis, mas os elásticos são estirados. Ainda que exteriormente seja possível constatar um encurtamento do músculo
(Weineck,1989:102).

Contracção Isotónica (Dinâmica) 
- Os elementos contrácteis do músculo são contraídos, mas os elásticos não modificam seu comprimento. Produzindo um encurtamento dos músculos.
Contracção Muscular Autotónica
- combinação das solicitações isométricas com a isotónica.
É a forma mais frequente no domínio desportivo.

Tipos de Trabalho Muscular :

Concêntrico (Impulsor ou Positivo) 
- permite, através de um encurtamento muscular, mover o peso do próprio corpo ou pesos exteriores, ou superar resistências. Está presente na maioria dos desenvolvimentos motores desportivos.
 FM > Resistência.
Excêntrico (Frenador ou Negativo)
- é caracterizado por um aumento longitudinal do músculo, que produz um efeito activo contrário. Intervém no amortecimento de saltos e na preparação de movimentos.
Isométrico (Estático)
 - é caracterizado por uma contracção muscular, que exclui o encurtamento.
 Serve para a fixação de posições determinadas do corpo ou das extremidades.
Combinado (Autotónico ou Auxotónico)
- caracteriza-se por elementos do tipo impulsor, frenador ou estático.
É utilizado para desenvolver a força sem aumentar o corte transversal.
Isocinéctico (Acomodativo)
- Resistência directamente proporcional ao desenvolvimento da força por espaço de tempo. Resistência adaptada a força muscular utilizada.
Pliométrico (Reactivo)
- Passagem do trabalho muscular excêntrico para o concêntrico.
Estimula o reflexo miotático.
Inter-relações da Força : Força e Velocidade
 - Quanto mais hipertrofiado, melhor a capacidade de desenvolver velocidade. ( inserção de proteínas contrácteis )
Quanto > for o número de ligações por unidade de tempo > é a força muscular desenvolvida.
Força e Mobilidade
Não há modificação não
- Força Limitação de movimento
- hipertrofia excessiva e negligência. Força e Coordenação
 Não há influência negativa na Força Não Coordenação
 - desenvolvimento da Força (desporto).
Força e Resistência (longa duração) Melhora na capacidade de fornecer trabalho repetitivo contra fortes resistências.
Fonte:Prof. Ms. Jeferson

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Têm como base parâmetros que vão desde a organização das cargas aos tipos de acção muscular.

 MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Podemos distinguir os seguintes Métodos de Treino da Força:
Taxa de Produção de Força (Maximais);
Hipertrofia Muscular (Submaximais ou Repetições);
Misto;
Força Resistência;
Reactivo.
No Futebol mais utilizados: sub-maximais ou de repetição, reactivo e Força Resistência.

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Métodos da Taxa de Produção de Força (Métodos Maximais):
Caracterizam-se fundamentalmente, pelas cargas muito elevadas e pela acção muscular explosiva. Principal objectivo é aumentar a taxa de produção de força (força explosiva) através da activação nervosa, ou seja, provocando adaptações nervosas à custa do recrutamento de mais unidades motoras.

Dinâmica da Carga:

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Métodos da Hipertrofia Muscular (Sub-maximais ou Repetição):
O objectivo principal é o desenvolvimento da força máxima (Fmáx) à custa do aumento da massa muscular e, por conseguinte, provocando uma hipertrofia muscular.
Dinâmica da Carga:

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Métodos Mistos:
Pretendem integrar num só método os princípios básicos dos métodos maximais e sub-maximais, permitindo treinar na mesma unidade de treino a hipertrofia muscular e provocar activação nervosa.
Dinâmica da Carga:

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA
Método da Força de Resistência:
Provoca ganhos reduzidos de hipertrofia muscular mas, aumenta a resistência à fadiga em performance de força de longa duração.
Dinâmica da Carga:

MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA

Método Reactivo:
Visa potenciar o ciclo muscular de alongamento encurtamento. No desenvolvimento deste tipo de trabalho é fundamental verificarem-se os seguintes pressupostos:
Intensidade máximas, saltar sempre mais alto ou mais longe;
Contacto com o solo muito rápido e reactivo com um tempo de transição muito curto entre a fase excêntrica e concêntrica;
Trabalho desenvolvido sem fadiga, respeitando os intervalos de recuperação
É possível construir formas de trabalho diferenciadas que visam os membros inferiores, o tronco e os membros superiores, nomeadamente:
- Saltos sem Progressão: saltos verticais repetidos, exercícios sem progressão horizontal;
- Saltos com Progressão: exercícios com progressão horizontal (multissaltos);
Saltos em Profundidade: exercícios reactivos mais exigentes, devendo ser utilizados com precaução e numa lógica de progressão realizando-se em último lugar;
Exercícios para Tronco e Braços: exercícios reactivos para o tronco e membros superiores , temos o exemplo da utilização de bolas medicinais (recepção e rápida devolução) ou a realização de flexões de braços a partir de um pequeno ressalto.

MÉTODOS E MEIOS DE DESENVOLVIMENTO DA FORÇA NO FUTEBOL

Atenção às características individuais dos jogadores, por exemplo:
Morfologia;
Funções desempenhadas na equipa;
Idade;
Passado desportivo;
Grau de maturação biológica;
Nível de desenvolvimento da força
O treino da força, genericamente, pode ser realizado através de:
“Sprints” com mudança de direcção, sentido e variação;
Saltos e multissaltos (simples, pé coxinho, pés juntos);
Barreiras, escadas e outros obstáculos com alturas variáveis;
Peso do próprio corpo;
Exercícios com parceiro;
Exercícios com bolas medicinais;
Exercícios com elásticos e cordas;
Exercícios com cargas lastradas (coletes, cintos, etc.);
Treino com pesos;
Máquinas de musculação.

MÉTODOS E MEIOS DE DESENVOLVIMENTO DA FORÇA NO FUTEBOL
TREINO EM CIRCUITO:

VANTAGENS MAIS IMPORTANTES:
Podem-se treinar muitos jogadores ao mesmo tempo e a cada um de acordo com o seu próprio rendimento;
São possíveis variantes físico-técnicas;
Pode conseguir-se um esforço variado;
A intensidade do exercício e o esforço total pode estruturar-se dependendo da capacidade do grupo;
Pode aumentar-se progressivamente o esforço mediante a variação dos componentes do mesmo, a intensidade, a duração, e a frequência de forma geral e individualizada;
Pode fazer-se um aumento progressivo do esforço mediante as variações das estações, seja de forma contínua na série dos exercícios ou de forma alternada;
Podem efectuar-se alterações no treino diário e desta forma motivar os jogadores;
É flexível quanto ao número de exercícios a efectuar. Se o rendimento não é muito bom, pode diminuir-se o número;
Com esta organização, o jogador, vê estimulada a sua autonomia, a sua própria valoração e pode aumentar o exercício segundo a sua vontade;
O treinador e o jogador recebem informação sobre o nível dos factores determinantes do rendimento no Futebol;
O circuito pode efectuar-se individualmente ou aos pares (alternadamente ou ao mesmo tempo).

A FORÇA NO PLANEAMENTO DO TREINO
A força ao nível dos músculos aumenta mais rapidamente que ao nível dos tendões, ligamentos e tecido conjuntivo. Por isso, é necessário ter em conta que podem ocorrer alguns desequilíbrios entre a força do músculo e as estruturas circundantes, podendo originar roturas nos tendões ou ligamentos quando se aplicam cargas máximas. Por isso devemos ter presentes alguns princípios para o desenvolvimento de um programa de treino da força:
Começar com cargas relativamente baixas e com cuidados na execução da técnica;
Inicialmente, utilizar poucas repetições de cada exercício;
Garantir tempo suficiente de recuperação entre cada unidade de treino.

A FORÇA NO PLANEAMENTO DO TREINO
Cada equipa de futebol é uma realidade e cada jogador tem particularidades específicas. No entanto, e na perspectiva de Bangsob (1997) citado por Costa & Pina (1999), deve-se construir um programa de treino em progressão sintetizado assim:






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