quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

CAPACIDADES MOTORAS

26/11/2010: Capacidades Motoras
TREINO DESPORTIVO:

É um processo pedagógico e biológico complexo que se concretiza na organização de exercícios físicos repetidos em quantidade e com intensidade tal que produza uma carga progressivamente crescente, no sentido de estimular os processos fisiológicos de supercompensação do organismo e favoreçam o aumento da capacidade física, psíquica, técnica e táctica do atleta, a fim de exaltarmos e consolidarmos o rendimento desportivo. (C. Vittori)

O TREINO DESPORTIVO tem de ser um processo organizado, onde tem que se registar, planificar e só depois executar as actividades. A fase de registo é muito importante, porque pode ser necessário fazer alterações a um plano com o objectivo de o melhorar.
O que se pretende com o treino?
Aumentar as capacidades físicas, psíquicas, técnicas e tácticas do atleta com vista a melhorar o seu rendimento desportivo.

A estrutura do treino desportivo está relacionada com a especificidade de cada modalidade, isto é, é necessário saber o que a modalidade exige. Cada modalidade tem exigências diferentes, por isso no treino deve-se desenvolver aquilo que é necessário e exigido na competição.

Um treinador deve ser um profundo conhecedor da modalidade que escolheu, atento (observador) e assíduo no trabalho (treino). Deve observar a um nível mais profundo.

Treino Desportivo é um processo pedagógico e biológico.
Processo Pedagógico: obedece às leis da didáctica e da pedagogia. Para além do treino do atleta é essencial a criação do ser humano. O papel inicial é o de educar.

Processo Biológico: porque visa melhorar fisiologicamente. Aperfeiçoar os próprios processos biológicos do indivíduo (técnica e táctica).

TREINO CARGA ADAPTAÇÃO
Cada carga provoca um certo processo de adaptação e cada processo de adaptação é sempre provocado por determinada carga.

Carga Externa: carga considerada independentemente de quem a usa, é igual para todos os indivíduos e tem valor objectivo.
Ex.: distância a percorrer; número de repetições de exercícios.

Carga Interna: conjunto de efeitos a nível biológico e psicológico que a carga provoca em cada indivíduo.
O número de pulsações é efeito da carga externa.

CICLO DE AUTO RENOVAÇÃO DA MATÉRIA VIVA:

Aplicação de uma carga funcional
Resposta
Gasto de substâncias (desgaste da estrutura e gasto de energia)
Atinge estado de fadiga
Provoca uma consequente diminuição da capacidade funcional
Desenvolvem-se complexos fenómenos de reconstituição {reorganização de estruturas e acumulação de potências energéticas}
Exaltação: surgimento de disponibilidades redobradas.

PRINCÍPIOS DO TREINO (Biológicos e Pedagógicos)
PRINCÍPIOS, BIOLÓGICOS, DO TREINO

O Treino Desportivo baseia-se num conjunto de leis que regem a relação entre a dinâmica da carga e a adaptação, são os Princípios Biológicos do Treino.

PRINCÍPIO DA SOBRECARGA:
Questão inicial: existe alguma relação entre a grandeza da carga e o correspondente processo de adaptação?
Este princípio, quantitativo, diz-nos que:
Quaisquer aparelhos, órgãos, células ou estruturas intra-celulares só são conduzidos a um nível superior de organização estrutural e a uma melhoria funcional quando actuam sobre eles cargas funcionais com intensidade suficiente para activar de uma maneira considerável o ciclo de auto-renovação da matéria viva. O treino deve começar com uma carga média e aumentar progressivamente de molde a provocar a adaptação do organismo.
LEI DE ARNOT-SCHULTZ (Princípio da Adaptação):
CARGAS DEMASIADO FRACAS: provocam atrofia e perda de capacidade;

CARGAS MÉDIAS: mantêm as capacidades sem benefício, senão de uma certa manutenção. Não têm efeito de treino;

CARGAS FORTES: provocam uma hipertrofia, promovem novos arranjos estruturais e consequentes melhorias funcionais. São as mais aconselháveis para o desenvolvimento equilibrado;

CARGAS DEMASIADO FORTES: provocam um esgotamento e uma perda de capacidades já que ultrapassam os limites fisiológicos.

-Uma mesma carga de treino pode ser forte para um indivíduo e fraca, ou mesmo demasiado forte, para outro;

A carga de treino não tem, assim, um valor absoluto em si própria, a intensidade depende da individualidade que a utiliza;

Observa-se que com uma quantidade acentuada de treino, o desportista aumenta até um máximo, a partir daqui um aumento de treino provoca um decréscimo de capacidade (SUPERTREINO);
Após um certo nível as melhorias são muito difíceis, é necessário um grande volume de treino para se atingirem pequenos progressos.
PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE:
Questão inicial: em função da carga onde surge o processo de adaptação?
Este princípio, qualitativo e espacial, diz-nos que:
Só os aparelhos, órgãos, células e estruturas intra-celulares que forem suficientemente activadas pelas cargas funcionais é que experimentam alterações estruturais conducentes a uma melhoria da capacidade funcional, mantendo os restantes sensivelmente o mesmo nível que tinham anteriormente.
Significa que, apesar de qualquer movimento implicar sempre uma mobilização de todas as estruturas do homem, o grau de empenho de cada uma delas é diferenciado. E só aquela que se desgasta de maneira significativa é que consegue adaptar-se (trab de braços ≠ de trab de pernas).
O efeito de treino faz-se sentir, normalmente no Factor Limitativo.
No treino, normalmente, trabalha-se em situações maximais:
Velocidade;
Tensão;
Duração.
Conforme a predominância de um destes factores estamos a trabalhar esta ou outra qualidade.
Ex.: treino de velocidade: diminuía intensidade – passamos a treinar resistência .
PRINCÍPIO DA ACÇÃO REVERSÍVEL:
Questão inicial: as adaptações provocadas pela carga são permanentes? Quando desaparece o efeito do treino?
Este princípio, qualitativo e temporal, diz-nos que:
Os aparelhos, órgãos, células e estruturas intra-celulares que deixem de ser sujeitos à aplicação de uma determinada carga funcional regridem, em organização estrutural e capacidade funcional, até ao nível que tinham anteriormente.
De uma forma mais simples, poderemos dizer que as alterações estruturais e funcionais, adquiridas ao longo do tempo, são transitórias.
Se deixarmos de treinar as capacidades adquiridas vão-se.
Se um atleta deixa de treinar as suas capacidades regridem, podendo baixar, por vezes, a níveis inferiores aqueles que tinham inicialmente.
No entanto, é importante ter presente que o desaparecimento se faz segundo os seguintes aspectos:
Cargas de grande volume e pequena intensidade têm efeitos de treino mais prolongados;
Cargas de grande intensidade e pequeno volume têm um efeito de treino mais leve.
As aquisições que levam mais tempo a ser obtidas mantêm-se mais tempo. (a força muscular permanece tanto mais tempo quanto maior for o aumento da massa muscular)
PRINCÍPIO DO EFEITO RETARDADO DA CARGA:
Questão inicial: quando surge o processo de adaptação à carga? Quando aplicar a carga para que o efeito apareça quando se pretende?
Este princípio, qualitativo e temporal, diz-nos que:
Os aparelhos, órgãos, células e estruturas intra-celulares só são conduzidos a um nível superior de organização estrutural e a uma melhoria da sua capacidade funcional algum tempo depois da aplicação da carga.
Entre o momento em que se aplica a carga e o aparecimento do correspondente processo de adaptação existe um desfasamento temporal.
CARGA intervalo de tempo ADAPTAÇÃO
Depois da aplicação da carga surge, inicialmente, uma perda de capacidade, após o que o organismo de uma forma mais ou menos rápida recupera e até supera o nível inicial. Esta fase SUPERCOMPENSAÇÃO aparece mais tarde.
Carga Externa: carga considerada independentemente de quem a usa, é igual para todos os indivíduos e tem valor objectivo.
Ex.: distância a percorrer; número de repetições de exercícios.
Carga física Externa do jogo de Futebol: Caracterização do tempo e do movimento;
Duração e distância dos deslocamentos;
Frequência dos deslocamentos e acções de jogo;
Factores condicionantes dos resultados da avaliação do tipo e tempo de movimento:
Estilo individual do jogador;
Estatuto posicional do jogador;
Escalão de formação;
Nível competitivo;
Modelo de jogo;
Condições ambientais.

Sem comentários:

Enviar um comentário